Como eventos recentes demonstram, a história da arte não está livre da ação de criminosos. Nem mesmo o Louvre se salva de roubos cinematográficos. Como bons curiosos que somos, separamos sete vezes que grandes obras de arte foram vítimas da audácia dos ladrões.
Mona Lisa (1503-1506), de Leonardo da Vinci 🙂
Ano do roubo: 1911 🗓️
Local do crime: Museu do Louvre, França 🇫🇷
Status da obra: Recuperada em 1913 🟢O roubo da famosa obra de Leonardo da Vinci não foi um grande golpe orquestrado, mas uma ação surpreendentemente simples. Vincenzo Peruggia, um italiano e ex-funcionário do Louvre, escondeu-se em um armário durante a noite, retirou o quadro pela manhã e saiu do museu com ele sob o casaco. Sua motivação: um estranho senso de patriotismo.
Peruggia confessou que queria vingar-se de Napoleão, levando o que ele acreditava ser um tesouro da Itália roubado de volta para sua pátria. Ele manteve La Gioconda em seu apartamento por quase dois anos, até ser preso em 1913 ao tentar vendê-la a um negociante de arte em Florença. Ironicamente, esse roubo impulsionou a obra ao status de ícone global e à fama que mantém até hoje.
Natividade com São Francisco e São Lourenço (1609), de Caravaggio ✝️
Ano do roubo: 1969 🗓️
Local do crime: Oratório de São Lourenço, Itália 🇮🇹
Status da obra: Desaparecida 🔴A pintura foi roubada em uma noite de 1969, em Palermo, Sicília. A obra foi removida do altar e cortada grosseiramente da moldura em um crime ligado à Máfia Italiana, a Cosa Nostra. O destino da tela ainda é um mistério. Depoimentos de mafiosos arrependidos indicam que a obra foi danificada durante o roubo e passou por várias mãos.
Especialistas chegaram a considerá-la perdida para sempre. Em 2017, a comissão antimáfia da Itália reabriu o caso a partir da pista de que um negociante de arte teria orientado os ladrões a cortar a tela, alegando que ninguém compraria um trabalho tão famoso. As buscas seguem.
Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet ⛵
Ano do roubo: 1985 🗓️
Local do crime: Museu Marmottan Monet, França 🇫🇷
Status da obra: Recuperada em 1990 🟢O quadro que deu nome a todo o movimento Impressionista foi roubado em Paris em 1985. O assalto foi audacioso: cinco homens armados invadiram o museu durante o horário de visitação, rendendo guardas e visitantes. Em apenas cinco minutos, eles roubaram nove obras de arte, incluindo a peça central de Monet e trabalhos de Renoir.
A pintura permaneceu desaparecida por cinco anos, levando a uma investigação internacional. As obras foram finalmente recuperadas em 1990 em uma vila na Córsega, graças a uma operação policial que envolveu um informante.
O Concerto (1664), de Johannes Vermeer 🎹
Ano do roubo: 1990 🗓️
Local do crime: Museu Isabella Stewart Gardner, EUA 🇺🇸
Status da obra: Desaparecida 🔴O Concerto de Johannes Vermeer é a pintura mais valiosa do mundo ainda desaparecida, com um valor que ultrapassa os 250 milhões de dólares. Ela foi levada em 1990, no maior roubo de arte não resolvido da história. Dois homens disfarçados de policiais entraram no Museu Isabella Stewart Gardner, em Boston, amarraram os guardas e, em 81 minutos, levaram 13 obras de arte, incluindo o Vermeer e três Rembrandts.
O caso é um mistério permanente, com o FBI identificando suspeitos ligados ao crime organizado, mas sem nunca localizar as obras. Uma curiosidade é que o museu mantém as molduras vazias penduradas em seus locais originais, um lembrete fantasmagórico do crime e um símbolo de esperança.
O Grito (1895), de Edvard Munch 😱
Ano do roubo: 1994 🗓️
Local do crime: Galeria Nacional de Oslo, Noruega 🇳🇴
Status da obra: Recuperada em 1994 🟢A versão em pastel de O Grito foi roubada com muita ousadia dos criminosos. O crime ocorreu no dia da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1994, com os ladrões aproveitando a distração das forças de segurança.
Eles entraram na Galeria Nacional de Oslo por uma janela, levaram a pintura e deixaram um bilhete sarcástico: “Obrigado pela segurança ruim”. A pintura foi recuperada apenas três meses depois, em uma operação que envolveu detetives de arte e a polícia norueguesa.
O Lavrador de Café (1934), de Cândido Portinari ☕
Ano do roubo: 2007 🗓️
Local do crime: MASP, Brasil 🇧🇷
Status da obra: Recuperada em 2008 🟢Em dezembro de 2007, o Museu de Arte de São Paulo foi alvo de um assalto noturno rápido e preciso. Os ladrões levaram duas das peças mais importantes de seu acervo: O Lavrador de Café, de Cândido Portinari e O Retrato de Suzanne Bloch, de Pablo Picasso. A ação dos criminosos foi registrada pelo circuito interno de TV, o que auxiliou nas investigações.
Diferentemente dos longos desaparecimentos internacionais, a recuperação das telas foi relativamente rápida. A investigação utilizou interceptações telefônicas que apontaram o esconderijo dos criminosos em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. Os responsáveis, todos condenados, planejavam revender as obras, provavelmente no exterior.
Flores de Papoula (1887), Vincent van Gogh 🌺
Ano do roubo: 2010 🗓️
Local do crime: Museu Mohamed Mahmoud Khalil, Egito 🇪🇬
Status da obra: Desaparecida 🔴A pintura de Van Gogh, avaliada em 50 milhões de dólares, foi roubada do Museu Mohammed Mahmoud Khalil, no Cairo. O método do crime foi alarmantemente simples: os ladrões cortaram a tela de sua moldura logo após a abertura do museu. Esta foi a segunda vez que a mesma obra foi roubada de lá, agora sem recuperação.
O incidente foi marcado por um caos administrativo. O Ministro da Cultura egípcio anunciou prematuramente que o quadro havia sido recuperado no Aeroporto Internacional do Cairo, apenas para ter que se retratar momentos depois, confirmando que a obra havia de fato desaparecido. Essa declaração apressada e imprecisa expôs a desorganização das autoridades, o que pode ter beneficiado os ladrões ao criar confusão nas fiscalizações de fronteira.
Extra: O Grito (de novo)! 🔁
Ano do roubo: 2004 🗓️
Local do crime: Museu Munch, Noruega 🇳🇴
Status da obra: Recuperada em 2006 🟢A Noruega experimentou a peculiaridade de ter o seu maior ícone cultural roubado de novo (ou quase isso). Em um crime significativamente mais violento e chocante, a versão de 1910 em têmpera de O Grito foi levada em 2004.
Três assaltantes mascarados e armados entraram no Museu Munch à luz do dia e forçaram os guardas a retirarem a O Grito e a obra Maddona das paredes. A prefeitura de Oslo ofereceu uma recompensa substancial por informações, mas a recuperação só ocorreu em 2006, após uma operação policial. Três homens foram condenados pelo roubo.











