Chegou o oitavo Boletim Pirado! Reunimos conteúdos que vão do universo criativo do design à discussões prolongadas da história da arte. Vamos juntos nessa?
O Hype no Coachella deste ano? Outdoors 🎡
Onde? The New York Times 📰
Quando? 17/04/2025 📅
Mais do que música, Coachella 2025 virou também uma batalha criativa à beira da estrada. Outdoors espalhados no caminho até o festival roubaram a cena com provocações visuais de artistas como Lady Gaga, Charli XCX e Djo.
Os painéis não só guiaram o público rumo ao deserto como também transformaram o trajeto em parte da experiência. Com frases misteriosas, referências pop e humor afiado, os anúncios viraram iscas para selfies e posts virais.
David Cronenberg perdeu a esposa e a vontade de fazer filmes. Então surgiu The Shrouds 🎬
Onde? The New York Times 📰
Quando? 19/04/2025 📅
Após a perda da esposa, David Cronenberg volta ao cinema com The Shrouds, talvez sua obra mais íntima. Inspirado por seu próprio luto, o filme apresenta um cemitério futurista onde é possível acompanhar, ao vivo, a decomposição de entes queridos — um reflexo brutal da dificuldade de se despedir.
Aos 82 anos, o diretor reflete sobre amor, morte, tecnologia e memória. A arte não cura o luto, diz. Mas talvez ajude quem assiste. Entre reflexões sobre corpos, fantasmas digitais, IA e a desilusão com os streamings, o mestre do body horror mantém o olhar firme na fragilidade humana.
Empresa de seguros distribui óculos projetados para evitar contato visual com gorilas 🦍
Onde? My Modern Met 📰
Quando? 21/04/2025 📅
Em 2007, um gorila chamado Bokito escapou de seu recinto no zoológico de Rotterdam e atacou uma visitante que, sem saber, o provocava com contato visual frequente. O episódio virou um caso emblemático sobre como gorilas interpretam olhares diretos como ameaças.
O caso chocou o país e inspirou uma ação publicitária curiosa: a seguradora FTBO distribuiu óculos de papelão chamados Bokito Kijker, com olhos impressos olhando para o lado e um buraco discreto, permitindo ver o gorila sem fazer contato visual. A campanha virou case e repercutiu pela prevenção bem-humorada.
Caixas quase tão valiosas quanto o que contêm 🇯🇵
Onde? The New York Times Magazine 📰
Quando? 22/04/2025 📅
O Japão transformou a arte de embalar em uma verdadeira tradição cultural. De caixas simples de madeira paulownia a recipientes laqueados elaborados, o ato de proteger e valorizar o que está dentro se tornou um símbolo de cuidado e respeito.
Usadas para guardar desde oferendas e alimentos até obras de arte, essas embalagens refletem séculos de artesanato e significado. Hoje, artesãos buscam manter viva essa herança diante da produção em massa.
Morte aos streamings!: uma locadora de vídeos em Nova York pode iniciar uma revolução? 💿
Onde? The Guardian 📰
Quando? 23/04/2025 📅
No coração do Brooklyn, um grito rebelde ecoa das prateleiras de uma nova e inesperada loja: Death to streamers! Physical media forever!, é o lema da Night Owl Video, a primeira videolocadora independente de Nova York em anos.
A loja aposta no retorno do físico como forma de resistência cultural e curadoria real. Um convite a desacelerar, conversar e redescobrir o prazer de escolher um filme com as mãos — e não com o algoritmo.
Por que a história da arte é cheia de noivas desoladas? 😢
Onde? Artnet 📰
Quando? 23/04/2025 📅
Pinturas do século XIX, com suas noivas infelizes e casamentos forçados, seguem emocionando mulheres contemporâneas — e por boas razões. Elas são retratos viscerais de um tempo em que o amor era secundário às alianças sociais e econômicas, e onde o destino feminino era selado com um contrato nupcial. A nova leitura crítica, popular nas redes, revela como essas obras ainda tocam em temas de autonomia, opressão e identidade.
Historiadores entram em disputa por... um pênis a mais na Tapeçaria de Bayeux 👀
Onde? The Guardian 📰
Quando? 25/04/2025 📅
O historiador George Garnett contou 93 genitálias na lendária Tapeçaria de Bayeux. Mas o medievalista Christopher Monk acaba de sugerir a existência de um 94º: uma saliência balançando sob a túnica de um homem em fuga. Para Garnett, é apenas uma bainha de espada. Para Monk, é um pênis esquecido.
Muito além da piada fácil, os estudiosos defendem que a tapeçaria de 70 metros é um artefato sofisticado, cheio de simbolismos e comentários codificados sobre o poder, a guerra e a masculinidade na Idade Média. Em 1066, como agora, os detalhes ainda fazem toda a diferença.
Solo sagrado: por que os tapetes persas desempenharam um papel simbólico importante no funeral do Papa Francisco 🇻🇦
Onde? The Art Newspaper 📰
Quando? 25/04/2025 📅
Durante o funeral do Papa Francisco, seu caixão foi colocado sobre um tapete persa de Heriz, seguindo uma tradição católica de mais de 600 anos. Desde o século XIV, tapetes oriundos do Irã têm sido usados em cerimônias cristãs e obras de arte religiosas como símbolo visual de solo sagrado.
Esses tapetes delimitam um espaço santificado e solene, como se observa em pinturas de artistas como Andrea del Verrocchio e Niccolò di Buonaccorso. Mesmo com a simplicidade escolhida por Francisco para seu funeral, o tapete reforçou o caráter sagrado da ocasião.
Arqueólogos encontram a primeira evidência de uma batalha entre gladiador romano e leão 🦁
Onde? Artnet 📰
Quando? 28/04/2025 📅
Pela primeira vez, arqueólogos encontraram evidências físicas de uma luta entre um gladiador e um leão na Roma Antiga. Marcas de mordida foram identificadas no osso do quadril de um gladiador enterrado em York, na Inglaterra, datado do século III.
Análises forenses confirmaram que as lesões foram causadas por um grande felino, provavelmente um leão. A descoberta reforça o prestígio de York na era romana e revela mais sobre os espetáculos brutais que ocorriam até mesmo longe de Roma.
As esculturas cerâmicas realistas ressaltam o charme dos objetos descartados 🧸
Onde? Colossal 📰
Quando? 29/04/2025 📅
A artista australiana Amiee Byrne transforma objetos esquecidos do cotidiano em esculturas hiper-realistas de cerâmica, destacando sua beleza imperfeita e emocional. Ursinhos surrados, balões murchos e itens descartados ganham nova vida sob seu olhar meticuloso. Com texturas incrivelmente fiéis e uso criativo de ferramentas, Byrne celebra as falhas, dando a esses objetos uma segunda chance e despertando afeto em quem os observa.