Já olhou para os pés da Taylor Swift e da Lady Gaga? 👠
Há algo curioso e brasileiro que você talvez nunca tenha percebido.
Olhar para os pés não é o gesto mais comum ao ver alguém. Quando uma imagem se apresenta diante de nós, o olhar tende a subir. Começa no rosto, busca os olhos, interpreta a expressão.
Em seguida, passa pelas roupas, pelos acessórios, pelo cabelo. A leitura é rápida, quase automática, e raramente vai além da linha da cintura.
Os pés costumam ser os últimos da fila. Mas talvez não devessem. Principalmente quando falamos de grandes celebridades que carregam nos pés algo incomum, que diz muito sobre o potencial criativo e empreendedor do Brasil.
A ciência do olhar 👁️
Na Universidade do Kansas, o psicólogo Omri Gillath conduziu um estudo que mapeou o trajeto dos olhos de voluntários enquanto observavam imagens de outras pessoas. A pesquisa investigava como julgamos alguém no primeiro contato visual.
Quando o critério era atratividade, os olhos se voltavam para o rosto, o peito e a cintura. Mas, curiosamente, quando a avaliação envolvia amizade, simpatia ou confiança, o olhar descia. As pernas e os pés passaram a receber mais atenção.
A descoberta parecia simples, mas dizia muito. Quando buscamos beleza, subimos. Quando buscamos conexão, descemos.
Há uma pergunta que ninguém fez 💬
Você já olhou para os pés da Taylor Swift? E da Lady Gaga? Ou da Selena Gomez, da Jennifer Lopez, da Kaia Gerber, da Sydney Sweeney, da Demi Moore, da Lindsay Lohan, da Vanessa Hudgens, da Sabrina Carpenter, da Kerry Washington?
Se nunca reparou, talvez tenha deixado escapar um detalhe curioso e, de certo modo, deslumbrante. Todas essas mulheres, em momentos diferentes e públicos, usaram sapatos produzidos no Brasil. Mais precisamente em Sapiranga, uma cidade gaúcha com menos de cem mil habitantes, conhecida por sua tradição calçadista, mas raramente mencionada nas rodas da moda internacional.
Uma marca entre extremos 👢
Esses sapatos são da Larroudé. Uma marca idealizada por Marina Larroudé, brasileira radicada em Nova York com passagens por Barneys e Teen Vogue, e seu marido Ricardo.
Juntos, eles identificaram um espaço pouco explorado: o intervalo entre os calçados de luxo com preços inacessíveis e as marcas populares que muitas vezes sacrificam conforto, durabilidade e propósito.
A proposta era simples e ambiciosa. Criar sapatos com design sofisticado, materiais de qualidade e conforto real, a preços que fizessem sentido. Para tornar isso possível, adotaram um modelo de operação vertical, com produção própria no Brasil. Do desenho ao envio, passando pelo controle de matéria-prima e logística, tudo é acompanhado de perto pela equipe da marca.
De Sapiranga para o mundo 🌎
A fábrica da Larroudé em Sapiranga tem 15 mil metros quadrados. Mais de 400 pessoas trabalham ali, com carteira assinada, plano de saúde e formação técnica contínua. A cidade, que há décadas carrega o ofício de fabricar calçados, hoje vê seus pares cruzarem palcos e tapetes vermelhos em outros continentes.
Os modelos são desenhados nos Estados Unidos, mas ganham forma no Brasil, com acabamento minucioso, palmilhas com espuma de memória e materiais rastreáveis. Cada detalhe importa.
Desde seu lançamento, a Larroudé tem crescido de forma consistente. Em menos de cinco anos, alcançou faturamento de oito dígitos, foi reconhecida como Marca do Ano no Footwear News Achievement Awards e se tornou presença constante em editoriais da Vogue, Elle e Harper’s Bazaar.
Está nos pés de quem dita comportamento. E, ainda assim, segue fora do radar da maior parte do público brasileiro.


O que os pés revelam ✨
Ver um sapato feito em Sapiranga nos pés de Taylor Swift não é apenas uma anedota sobre globalização. É um lembrete. Um convite para observar o que muitas vezes passa despercebido. Os pés sustentam. Os pés conduzem. Os pés também contam histórias.
A Larroudé entendeu isso. Transformou o detalhe em potência. E fez do que era invisível uma assinatura. Sem exagero, sem alarde. Com presença, consistência e propósito.
Na próxima vez que você vir uma celebridade cruzando o palco, tente desviar o olhar por um instante. Em vez de parar no brilho do rosto, observe o que calça aquela história. Os pés podem não falar, mas caminham com ideias que merecem ser ouvidas.
Ainda mais quando falam de uma marca brasileira, que já está sendo celebrada nos mais glamourosos tapetes vermelhos do mundo, mas ainda não é reconhecida por nós, brasileiros.