Um abraço à minha origem 🤍
Report trimestral para fechar a primeira metade do ano com afeto e intenção.
Muito se fala sobre intencionalidade, mas de onde realmente ela vem? Antes de mergulharmos nessa questão, é crucial entender o que a palavra significa.
Intencionalidade é o ato de tomar uma decisão ou fazer uma escolha de forma deliberada, com base em um propósito ou motivo. Este termo tornou-se essencial no vocabulário de todos que trabalham com marcas, pois boas marcas são, por natureza, intencionais.
O Nubank não patrocina o Jornal Nacional por acaso; isso faz parte de sua estratégia de marca. O mesmo vale para a Adidas ao patrocinar Messi, as escolhas de canais de mídia, investimentos em eventos ou a seleção de embaixadores. Tudo é decorrente de uma intenção clara.
Vamos às Origens 🏡
Com isso em mente, tenho refletido sobre a importância da valorização da origem, não apenas em relação às marcas, mas também a nós, seres humanos. Não somos definidos apenas pelo que parecemos ser, pelo que fazemos ou pelo que aprendemos.
Nos diferenciamos porque cada um de nós tem uma origem, uma história que está enraizada em nossas vidas. Quando falo de origem, não me refiro a milhares de anos atrás, à evolução de nossa espécie.
Falo do pai, da mãe, do avô, da bisavó, do tio e de tantas outras pessoas que são parte de quem somos. Falo da casa onde nascemos, da árvore de onde colhíamos frutas na infância, do cachorro que tivemos, do bairro onde crescemos e até do livro que nos liam antes de dormir.
Abraçar nossas origens é amar quem somos. Não se trata de ser saudosista, nem de não poder criticar aqueles que, antes de nós, não foram motivo de tanto orgulho por uma razão ou outra. O que quero ressaltar é a importância de nos conhecermos, de sermos autoridades sobre nossas próprias origens.
Essa reflexão surgiu após duas provocações que recebi. A primeira delas foi de Edson Banzai Matsuo, conhecido por seu trabalho na Grendene onde ocupou o cargo de Chief Mistake Officer, criando a Rider e a Melissa por muitos anos.
Em um evento online, tive o prazer de assistir a um gesto simples, mas profundamente significativo de Matsuo: ele coloca fotos de seu pai e sua mãe atrás de seu cartão de visita, demonstrando amor e valorização de suas origens.
A segunda provocação veio ao assistir Ricardo Bezzera, da Tátil Design, um dos maiores estúdios de design do país, ao falar justamente desses pontos e sinalizar que a construção da criatividade e da originalidade passa pela origem.
Sempre me fascinou a maneira como as celebridades contam suas histórias. Queria ter uma história assim.
Voilà, eu tenho 😀
Por parte de mãe, um avô criativo, chamado Antônio e veterinário autodidata, percursor das agropecuárias de Porto Alegre, foi dono de uma fábrica de gaiolas e criador de invenções icônicas. Apesar de nunca tê-lo conhecido pessoalmente, é vividamente descrito em histórias contadas com afeto por muitas pessoas.
Por parte de pai, um avô veterinário e contador de histórias, que me ensinou o amor pelos animais. Passado dos 60 anos, alcançou o primeiro lugar em concurso público. Veterinário com inúmeras histórias, é o criador de um conto sobre um porquinho chamado Maneca, personagem marcante de toda minha infância, presente tanto em suas próprias histórias quanto nos e-mails que ele aprendeu a disparar para nos manter conectados.
Além deles, um bisavô também chamado Antônio. Este conhecido por suas rinhas de galo e histórias fascinantes.
Mais perto, meus pais começaram vendendo produtos de porta em porta pelo nosso estado e logo fundaram uma empresa, que poderia ser considerada o embrião da A27, a Orvema Organização e Representação de Vendas e Marketing. O marketing era o dos próprios produtos da empresa.
Para além das pessoas que citei e diversas outras, na minha origem, estão o número da nossa casa, o nome da rua, os momentos da infância e as pessoas que conheci, elementos que hoje me fazem ser quem sou.
Como marcas, também precisamos abraçar as origens que nos formam, para, só então, entender se somos realmente intencionais ou não. Marcas são pessoas que conversam com pessoas, que vendem para pessoas.
Seria uma grande injustiça consigo mesmo e com seu negócio não conhecer as suas origens. Em um mundo tão raso e tomado por telas, conhecer as origens é um sinal de vitalidade. Portanto, mantenha sua árvore de pé, cative suas raízes.