Um vestígio da humanidade viajando pelo espaço 🚀
O disco interestelar que conta sobre quem somos e onde vivemos.
Em 1977, a NASA enviou ao cosmos uma cápsula do tempo, um testamento de nossa existência em um disco dourado. O projeto, conhecido como Voyager Golden Record, levava sons e imagens da Terra ao espaço, sendo uma tentativa audaciosa de levar uma mensagem da humanidade para alguma outra civilização que venha a existir.
A História Pirada de hoje vai além dos limites da Terra!
Mensagem na garrafa 💿
As sondas Voyager 1 e Voyager 2 foram lançadas com a missão de explorar o sistema solar. No entanto, para além da missão científica, foi incluída uma carga especial: um disco contendo a essência da Terra e de sua diversidade cultural.
Voyager Golden Record é um ensaio sonoro da história do nosso planeta. O disco incorpora gravações de uma floresta tropical vibrante, o som das ondas cerebrais e os batimentos cardíacos de uma jovem apaixonada, além das primeiras palavras de uma mãe ao seu bebê.
O registro também incluiu sons que contextualizam a vizinhança celestial, como o pulsar distante e a rotação de uma estrela de nêutrons. Além disso, sons da natureza, como o canto dos pássaros e o som das ondas, foram adicionados para representar a biodiversidade da Terra.
O disco é uma compilação de 90 minutos de música, 115 imagens e sons naturais da Terra, além de saudações em 55 idiomas. A seleção musical inclui desde a melodia de Beethoven e o rock de Chuck Berry até a música tradicional de diversas partes do mundo, como a flauta peruana e o canto tradicional aborígene australiano.
As imagens enviadas são igualmente significativas. Elas retratam a vida na Terra em suas diversas formas: a anatomia humana, cenas da vida cotidiana, marcos arquitetônicos, e até o DNA humano, como uma assinatura biológica.
Coordenadas cósmicas 🗺️
Oito cópias do disco, feitas de cobre e banhadas a ouro, foram produzidas, incluindo as duas que voaram para o espaço. A capa protetora foi concebida com alumínio e urânio-238, elemento que serve como marcador temporal, indicando a época de origem do disco para um possível decodificador.
A capa ainda inclui instruções sobre como reproduzir o disco. Uma das faces traz uma mensagem criptografada em linguagem binária que revela um diagrama com a localização da Terra, servindo como um endereço cósmico da nossa galáxia. O material tem potencial para sobreviver por mais de um bilhão de anos viajando pelo espaço interestelar.
Este é um presente de um mundo pequeno e distante, um símbolo de nossos sons, nossa ciência, nossas imagens, nossa música, nossos pensamentos e nossos sentimentos. Estamos tentando sobreviver ao nosso tempo para que possamos viver no seu. - Jimmy Carter, Presidente dos EUA à época.
Ecoando pelo universo 🌠
Em uma época marcada pela Guerra Fria e pela corrida armamentista, o disco dourado foi um gesto unificador em escala global. Mais de quatro décadas depois de seu lançamento as Voyagers, que já deixaram o Sistema Solar, ainda nos lembram da nossa capacidade de sonhar e da nossa busca incessante por conexão.
Essas naves são os objetos construídos pela humanidade que mais se distanciaram de nós. Em um futuro distante, talvez depois de nossa espécie ter desaparecido, a gravação continuará a viajar pelo cosmos em busca de um remetente.
Será nosso eterno grito ao infinito: nós estivemos aqui.